Uma semana diferente - Water is taugh by thirst
Um grupo de alunos do 12º ano, de diferentes turmas, da nossa escola, no âmbito do Projeto Erasmus+, recebeu de 16 a 22 de fevereiro, um grupo de nove alunos gregos, acompanhados por duas professoras, da escola 2nd Senior High School of Metamorfosis de Atenas, para uma aventura de uma semana que envolveu atividades de natureza diversa, que ocorreram dentro e fora da escola, a propósito de um projeto sobre a água e sustentabilidade – Water is taugh by thirst – revelador das preocupações dos jovens de ambos os países sobre esta temática.
O dia 16 de fevereiro foi marcado pela ansiedade e expetativa dos alunos portugueses e dos seus pais ao receberem no Aeroporto de Lisboa o grupo de alunos gregos que tiveram a oportunidade de permanecer uma semana com uma família portuguesa, partilhando os seus hábitos e rotinas.
Se fossemos escrever um diário de bordo dos cinco dias úteis desta semana, este versaria, em primeiro lugar, sobre a importância de nos conhecermos uns aos outros, de respeitarmos as nossas diferenças, de termos a capacidade de nos relacionarmos, de ultrapassarmos desafios e de tantas outras coisas que dizem sobre nós enquanto indivíduos. O que dizer quando numa breve pausa entre trabalhos somos surpreendidas por uma roda de dança espontânea entre alunos portugueses e gregos ou quando o início do dia deixa de se fazer com um “Good morning”, língua de comunicação neste tipo de projetos, e passa a ser um “Bom dia”, dito por um aluno grego ou um “Kaliméra”, dito por um português? Em segundo lugar, diria sobre um conjunto de atividades relacionadas com o tema do projeto já mencionado, no âmbito das artes, literatura e ciências, planeadas pelas professoras responsáveis pela receção a estes alunos: descobriram-se espaços ignorados diariamente, fez-se fotografia, pintura, recolheram-se texturas, escreveu-se poesia, fizeram-se experiências e utilizaram-se as novas tecnologias. Em terceiro lugar, declararia sobre a visita a locais representativos da história e cultura portuguesas. A zona de Belém tão ligada aos Descobrimentos, ao mar; a visita à vila de Sintra com a sua formação gravada na rocha pela água; a caminhada pelo resistente Aqueduto das Águas Livres, que trazia a água à cidade de Lisboa em tempos idos; a descoberta através de um Peddy Paper do centro da cidade de Lisboa, desde o Castelo de São Jorge, a antigos chafarizes e fontanários da Baixa Pombalina e a terminar no Chiado com uma visita a Fernando Pessoa e Camões, poetas que celebraram também a nossa ligação ao mar. Em quarto lugar, registaria a iniciativa dos alunos da nossa escola em apresentarem o Oceanário de Lisboa aos seus colegas gregos. Jovens autónomos, com espírito de iniciativa e espírito crítico, que pretendemos formar e parece estarmos no bom caminho. Este diário de bordo teria ainda muito para dizer…uma parte ficou num livro de autor digital com curadoria dos próprios que regista as suas aprendizagens, experiências e aventuras desta semana.
Dia 22 de fevereiro, concluído tudo o que estava previsto, o ponto de encontro foi novamente o Aeroporto de Lisboa, agora para uma despedida, que será um até já, bonita de se ver pela cumplicidade e empatia criadas entre jovens e famílias.
Finalmente, sem nomear ninguém em particular, até por já ter sido feito em devido tempo, esta semana não teria sido possível sem a ajuda de colegas que nos dedicaram uma parte do seu tempo a planear algumas atividades para integrar estes visitantes no Festival de Ciência, a outros que nos dispensaram a sua sala de aulas ou nos permitiram por momentos a invasão do seu espaço, às assistentes operacionais da escola que nos auxiliaram na logística, aos alunos da turma 12º 5 que orientaram a elaboração de um mural, ao Diretor da escola e à Coordenadora do Projeto Erasmus+, responsáveis pela existência deste projeto. Se afirmamos a importância e necessidade da colaboração das famílias com a escola, é impossível esquecer os pais dos alunos portugueses pela sua participação nesta aventura.
Porque deve sempre continuar a dizer-se: obrigada!
Em breve partiremos para a Grécia para concluir esta aventura.
“Water is taugh by thirst” – é o nome de um poema de Emily Dickinson de que nos apropriámos. Tomámo-lo num sentido literal como revelador da importância da água na sua ausência, porém muitos outros sentidos podem ser atribuídos, o que é inerente à linguagem literária.
Créditos fotos e vídeos: Amalia Nikolau, Margarida Silva (professoras) e Beatriz Cardoso, Letícia Camilo, Sarah Franchi (alunas do 2º TF) e Madalena Vicente (aluna do 12º4)